Prisões
Rev. João Duarte, 12 de setembro de 2000.
Milhares de pessoas estão na prisão no país do Canadá. A prisão é um lugar de castigo para os criminosos que transgediram as leis do governo e de Deus. A duração da pena depende da severidade do crime. Em certos casos, as pessoas são postas na prisão embora estejam inocentes. Isto é devido às circunstâncias que parecem compromoter o acusado e a incompetência da polícia na sua investigação. Já não é a primeira vez que as pessoas permanecem no cárcere protestando por mais de vinte anos que estão inocentes e, só depois deste tempo, é que alguém consegue provar a sua inocência. Recentemente temos visto nas notícias que a nova tecnologia da DNA tem provado que certas pessoas tinham sido postas na prisão injustamente. Ninguém gosta de estar na prisão e, muito menos, quando a pessoa sabe que está inocente. E porquê? Porque aqueles que são condenados a tal lugar são privados das actividades que dantes gozavam. O prisioneiro não pode gozar a companhia da família, nem comer ou vestir o que quer. Ele/a não pode trabalhar ou planear o seu futuro. Os seus movimentos estão limitados num quarto pequeno e rodeados constantemente de paredes. Na prisão a pessoa sente-se sufocada e perde todo o incentivo. Portanto, neste lugar o prisioneiro é forçado a seguir todas as regras impostas pela instituição e, se for desobediente, sofrerá outros castigos. Além destas privações, o prisioneiro corre o risco de ser maltratado por guardas cruéis ou ser ferido e até assassinado pelos outros prisioneiros. Alguns, pensando que a morte é a única alternativa para escapar tal sofrimento e castigo, acabam por se suicidarem. E, outros, morrem involuntariamente pelas mãos dos seus colegas prisioneiros. Geralmente quando ouvimos a palavra prisão, a primeira coisa que passa pela nossa mente é aquilo que acabei de descrever: uma pessoa encerrada fisicamente num edifício. Contudo, se pensarmos bem, há outras prisões. Quantas pessoas há que se sentem prisioneiras devido a algum desastre ou doença. A pessoa cega, paralítica, leprosa ou com outras doenças fica limitada no que pode fazer ou ser na vida. Os que vivem debaixo de uma ditadura, como o povo português viveu durante o regime Salazarista, estão praticamente numa prisão. A PIDE era o braço direito do Salazar, a qual, usando crueldade e tendo espiões secretos, metia medo ao povo e castigava todos aqueles que expressassem ideias contrarias ao governo. Muitos foram parar à prisão por coisas insignificantes. Alguns, morreram. E outros, não podendo sofrer as injustiças de tal regime, foram forçados a emigrar para o estrangeiro. A fama e a riqueza também podem ser prisões. A família real da Inglaterra vive constantemente numa prisão devido à sua posição. Esta família não pode fazer nada sem a companhia de vários guarda-costas. E, se algum membro falha em qualquer coisa, tal fraqueza é imediatamente proclamada pelo mundo fora. Muitos dizem que os jornalistas que espiavam constantemente as actividades do príncipe Charles e da princesa Diana, foram os culpados do divórcio e da morte da princesa Diana. Elvis Preseley, viveu os seus últimos anos praticamente fechado numa mansão riquissíma rodeado de uma equipa de guarda-costas. Ele não podia ir a um restaurante, a um teatro, passear na rua ou fazer qualquer outra actividade pública, porque as pessoas que o adoravam o impediam de tais privilégios. Portanto, a pessoa pobre e sem fama tem mais regalias do que os que são famosos e têm riquezas, porque está livre para fazer o que quer. O jovem rico que foi ter com Jesus Cristo não foi salvo por causa da sua riqueza. Notem o que Jesus disse: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais facil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Lucas 18:24,25). Qual é a razão que poucos ricos entram no reino de Deus? A riqueza é uma prisão que impede as pessoas de pôr a sua fé em Cristo. Elas confiam nas suas riquezas mais do que em Deus. E, no fim, a riqueza é uma corrente que os segura e os condena. Mas, além destas prisões, há outra prisão pior do que estas: o pecado. O apóstolo Paulo descreveu esta prisão da seguinte maneira: “Porque eu sei, que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum: e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas, o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim” (Romanos 7:18-20). Sim, caro leitor, todos nós somos pecadores e somos prisioneiros do pecado, porque fazemos coisas que a nossa consciência nos acusa e diz que não devemos fazer. De facto, podemos dizer que vivemos debaixo da ditadura do pecado. Há algo dentro de todo o ser humano que o impele a transgredir as leis perfeitas de Deus. Jesus descreveu a escravidão do pecado da seguinte maneira: “Porque, do coração, procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias” (Mateus 15:19) Quantas pessoas há que são escravas das drogas? Outras são escravas da pornografia e imoralidade. E, ainda outras são escravas do orgulho, inveja, ciúme, ganância, avareza, ódio, remorso, vaidade, etc. Todo o prisioneiro deseja ser livre. Mas, infelizmente, a maioria não anseia ser libertada da escravidão do pecado porque, na sua cegueira espiritual, não discerne que é escrava do pecado. Contudo, para aqueles que desejam ser livres, Jesus deu a seguinte esperança: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). Como é que Jesus liberta os pecadores? Há duas coisas essenciais que devemos compreender. A primeira é reconhecer que nada podemos fazer em nós mesmos para nos libertar do poder do pecado sobre as nossas vidas. Em Efésios 2:8-9 lê-se: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, e dom de Deus; Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” A Segunda coisa é crer com fé que Cristo já fez tudo para a nossa salvação quando Ele morreu na cruz. Notem o que Jesus disse: “Por isso vos disse que morrereis nos vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24). Portanto, a nossa fé em Jesus nos liberta das consequências do pecado. Isto significa que, no momento que a pessoa aceita pela fé Cristo como o seu Salvador, todos os seus pecados estão perdoados a pessoa está livre da condenação do inferno e tem vida eterna (leia João 3:16-18,36; 5:24; Actos 10:43; Romanos 8:1; Efésios 1:7).